domingo, 21 de julho de 2019

Eduardo Shloesser – Memórias de um artista do lápis




A Gibiteca  Edmundo Rodrigues através da nossa Coordenadora, Agata Désmond,  fez um vôo até Jaboatão dos Guararapes,em Pernambuco, para falar com o grande artista Eduardo Shloesser. Paulista, formado em Arte Educador na Universidade de Brasília, já foi desenhista na Gráfica do Senac  e  fez quase toda a vida como ilustrador e faz quadrinhos por paixão. “o mercado nesse setor é quase inexistente”, lamenta o profissional.








Zé Gatão, um dos principais trabalhos de Eduardo


Nos anos 70, influenciado pela Série Kung Fu, criou um personagem inspirado no Mestre do Kung Fu. Com medo de desenhar, ele fazia os bonecos de palitinhos que recebiam vestidos e faixas coloridas na cabeça ou quimonos diferenciados. Já na Década de 90, produziu o álbum, o Zé Gatão . Jack Kirby foi um dos que impressionou Eduardo Shloesser. Muitos outros o impressionaram ao longo da caminhada, mas quando pequeno, ele nunca se ligou muito nos artistas que desenhavam os personagens.. o que hoje lamenta.


Na década de 80, expôs no Banco Central de Brasília desenhos feitos à Carvão.



Eduardo Schloesser teve uma infância normal, marcada por joelhos ralados pelos carrinhos de rolimã e os ardidos do merthiolate, que hoje não arde mais. Único artista de uma casa com três irmãos, Eduardo lembrou que a mãe foi cantora de rádio na década de 50, mas não se lembra de algum outro artista do desenho na família. “ A primeira lembrança que tenho que querer fazer  desenho, foi quando morávamos em Cumbica, próximo da base aérea ,em São Paulo. Lá, uma esposa de militar ensinava desenho a algumas crianças. Lembro que a  filha dela de 16 anos, desenhava um Pateta (da Disney) num patinete e aquilo mexeu comigo”.

 “Meu pai trazia cadernos do ministério para  que nós treinássemos caligrafia, mas eu aproveitava para desenhar os personagens que eu via na Tv. 
A Tv chegou na minha casa, em 69. Foi mais ou menos aí, que comecei a tentar produzir alguma coisa. Aprendi tudo sozinho”. Eduardo Shloesser

Eduardo Shloesser está sempre em constante mudança. Em conversa com Ágata Desmond, disse que considera que o artista tem sempre que estar incrementando novidades aos seus desenhos. Ele já pintou quadros, batistério de Igreja Evangélica e aprendeu tudo em revistas de penteado e de moda. Começou com pinturas simples e depois vou ganhando confiança. Foi desenhista do Senac . O primeiro cheque recebido profissionalmente veio através de ilustração de um livro de poesias. O Criador de Zé Gatão fez diversos clássicos da Literatura Brasileira.




Depois desse “aperitivo” , vamos ao Bate papo na íntegra entre a Coordenador da Gibiteca Edmundo rodrigues, Agata Desmond e Eduardo Shloesser
Eduardo 4


quinta-feira, 25 de abril de 2019

Memória HQ : Lanzellotti , um dos grandes da HQ Nacional

José Lanzellotti
Foto Crédito José Lanzellotti blog 


Vinte e sete anos após a morte de José Lanzellotti, o grande mestre comparado a DEBRET, ainda deixa saudades. Dono de um traço marcante, tudo o que ele fazia era com intenso esmero. Cada trabalho era uma obra de arte.  Fez para quadrinhos, o  personagem “Raimundo, o Cangaceiro ‘ que foi sucesso no Cinema.  Foi uma polêmica só! Lanzellotti fez o cangaceiro  andando a cavalo, o que na época, disseram ser errado. Fez também , o figurino do filme Iracema.

Lanzellotti começou a desenhar escondido


Aos 19 anos,órfão de pais, ele participou de expedição ao Xingu, com Orlando Villas Boas. Aos 4 meses, no alto Xingu, contraiu enfermidade séria e a escondeu o quanto pôde.. não queria sair de lá. Artista de mão cheia, Lanzellotti começou a desenhar com papel de pão e usava palito de dentes, como pincel; Fazia isso tudo escondido, porque a família não queria que ele desenhasse.

Jose Lanzellotti fez um dos primeiros super heróis da Hq Nacional, o Raimundo Cangaceiro, em 1953. 

Artista foi assassinado de modo cruel


Artista de talento extremo, José Lanzellotti faleceu de modo trágico. Faleceu em casa, assassinado, depois de ter ajudado um rapaz que apareceu na casa dele, pedindo ajuda.  Como estava sozinho em casa, o corpo demorou a ser encontrado. A Data que se deu a morte de José Lanzellotti, foi inventada. Ninguém sabe o dia exato em que ele faleceu. Se estivesse vivo nesse 2019, José Lanzelloti completaria 93 anos de idade.

E para falar desse artista sempre saudoso,  Agata Désmond – Coordenadora da Gibiteca Edmundo Rodrigues – conversou com Jussara Lanzellotti, filha  e curadora do grande mestre.

E você pode escutar esse bate papo agora:








Daniela Rodrigues
gibitecaedmundorodrigues@gmail.com

sexta-feira, 5 de abril de 2019

Mestre Vilachã é destaque no Memórias HQ

Vilachã
Crédito Rede Brasil 

Aos 66 anos, ele é um grande mestre. Francisco Sebastião Vilachã, mora atualmente em São Paulo e segue fazendo arte por aí. Filho de Açoreano e Carioca, sempre foi aficcionado pelos quadrinhos. Aliás, Vila aprendeu a ler e a escrever nos quadrinhos. Dessa época, se lembra com carinho de revistas como Jerônimo – O Herói do Sertão, desenhado por Edmundo Rodrigues e do personagem O Anjo, de Flávio Colin. Esses dois personagens eram frutos de radionovelas da Rádio Nacional, que disputavam as melhores pontuações em audiência. 



Foto Web 
O amor se transformou em profissão. Admirador de trabalhos de Flávio Colin e Júlio Shimamoto,  fez curso no Senac/Rj  e essas aulas lhe renderam muitos contatos. O principal deles, foi  com o professor Jorge Guidacci que o levou para trabalhar na revista  O Bicho, de Reginaldo José Azevedo Fortuna, ou só Fortuna, se você preferir. Para Guidacci, o estilo de Vilachã, era o Realista Escrachado.  

De aluno virou assistente

De aluno de Guidacci, no curso do Senac, Vilachã se tornou assistente dele no Estúdio de Laranjeiras. Além do trabalho para Fortuna, Guidacci lhe arrumou um outro trabalho. O jovem profissional iria estrear em Hq, fazendo terror para a Vecchi, do Editor Otacílio – o OTA.

Trabalhou  Press Editora, na Inter Quadrinhos, na Vecchi ( com o Otacílio) com publicações de terror e na Grafipar também, onde pode desfrutar da convivência de grandes mestres dos quadrinhos como Flávio Colin, Mozart Couto, Rodval Mathias e Watson Portela.

Como é preciso pagar contas e nem sempre os quadrinhos rendem financeiramente aquilo que se espera, Vila , seguiu pelas ilustrações de livros didáticos para Editoras de São Paulo. Grandes clássicos já ganharam vida pelos traços dele, como o Alienista, O Cortiço e O Triste Fim de Policarpo Quaresma.


Mas todo esse depoimento em forma de Bate papo que a Coodernadora Agata Desmond – da Gibiteca Edmundo Rodrigues – teve com o Vila, você pode acompanhar agora.



Ouça o áudio1

Ouça o áudio2

Ouça o áudio3






Por Daniela Rodrigues
gibitecaedmundorodrigues@gmail.com

Paraibanos vão lançar Hq estilo anos 80 que pode vir com o Flama.



Flama pode ser convocado para a HQ 









Deodato Borges
Foto Crédito Mike Deodato 
É isso mesmo, o projeto  segue em andamento pelas mãos do quadrinista e advogado Kleyner Arley e dos amigos Kennio Alex, Astier Basílio e Willy Marques. A história vai ser ambientada nos anos 80.Ela vai falar do grupo de Extermínio Mão Branca, vai ter policial valente e pode ter a participação do personagem Flama, criado na Década de 60, por Deodato Borges ( falecido em 28/8/14) , pai de Mike Deodato. Se os quadrinistas conseguirem a liberação do personagem, Flama chegará na história como um super herói já aposentado , mas cheio de experiência.


Personagem Flama, sucesso na década de 60 

Para dar um toque vintage à produção, os quadrinhos serão em P/B. Essa HQ ainda nem foi lançada e já está dando o que falar. E para saber mais sobre ela, a Gibiteca Edmundo Rodrigues fez uma conexão Rio/Campina Grande, na Paraíba,  e foi falar com Kleyner Arley.

O bate papo dele com a Agata Desmond, Coordenadora da Gibiteca, você pode ouvir agora.

Ouça o áudio




O Grupo de Extermínio Mão Branca existiu de verdade e foi o nome dado ao grupo que cometeu diversos crimes na cidade de Campina Grande, no começo dos anos 80. Os piores elementos da sociedade, faziam parte desse grupo.

“Segundo o Diário da Borborema, tudo surgiu em virtude de uma “brincadeira” do agente Lidinaldo Motta, que ao ser transferido para Campina Grande, sugeriu 115 nomes de supostos marginais que deveriam morrer.Alguém levou a brincadeira a sério e uma lista chegou às mãos de Cícero Tomé, Supervisor Policial, na Central de Polícia de Campina Grande. O nome “Mão Branca” foi em virtude de um crime cometido pelo famoso “Esquadrão da Morte” do Rio de Janeiro. Ao assassinar um marginal, a polícia carioca deixou um pano branco sobre o corpo, que se assemelhava a uma luva. Surgiu daí o apelido do grupo de extermínio que virou legenda nacional. O “Esquadrão da Morte Paraibano”, não se limitou apenas a matar e ameaçar marginais. Políticos, advogados entre outros, também sofreram ameaças da organização. Foi o que aconteceu com o ex-prefeito de Campina Grande, William Arruda, que era tio de Ataliba Arruda, acusado de diversos homicídios. William na época era representante do Governo Estadual em Campina Grande. A carta, abaixo escaneada, também fazia uma ameaça a Agnello Amorim.”, informações blog cgretalhos






Agora é só aguardar a HQ. Que venha com sucesso!!!

Por Daniela Rodrigues
gibitecaedmundorodrigues@gmail.com

quarta-feira, 3 de abril de 2019

Mulheres e Quadrinhos está no Catarse!


Ô Abram alas para elas passarem: As quadrinistas estão vindo com tudo no Projeto do  Livro Mulheres e Quadrinhos. Em 3 dias na Catarse.. ele já conseguiu 40% da meta .

A publicação é inédita,polêmica e promete mexer com egos. Mas também se não for assim, nem tem graça, não é mesmo?

Dani Marino e Laluña Machado são duas pesquisadoras que estão à frente do projeto do  Mulheres e  Quadrinhos , convite feito pela Editora Skript. E para saber mais sobre essa publicação, Agata Desmond -Coordenadora da Gibiteca Rodrigues conversou com Dani Marino.



O áudio da conversa você pode ouvir aqui.

Ouça o áudio



Para a Pesquisadora Dani Marino, que também é Editora do Minas Nerds, esse livro já devia ser feito há muito tempo, mas faltava alguém que bancasse a idéia que tem como tema central os seguintes questionamentos "Tem mulheres fazendo quadrinhos no Brasil? Quem são elas? Aonde estão?" 

Aonde estão as Quadrinistas?


Nessa Primeira Edição,o Mulheres e Quadrinhos traz 130 depoimentos, mas há muitas mulheres em atividade no País. Na maioria das vezes, elas fazem parte do mercado Independente e  acabam preteridas pela mídia especializada, antologias e  divulgação, são ignoradas em livros e em prêmios. A mulherada vive à margem do holofote.. 

A Editora das Minas Nerds, diz há uma idéia de que as mulheres não são versáteis e que fazem apenas  um tipo de gênero. Para completar - muitos dos   homens que escolhem profissionais para novas publicações ou projetos - não se interessam pelos profissionais femininos. "Se as mulheres não optarem pelos financiamentos coletivos, elas não aparecem. Muitas nem se intitulam quadrinistas com medo de serem destruídas pelas críticas ,desses homens. " explicou Dani.

Além do mercado restrito, mulher quadrinista tem que driblar o preconceito

Se o mercado já é restrito para os homens, para as mulheres é ainda mais. Além de "cavar" uma vaga, as quadrinistas têm que driblar o preconceito. O Livro Mulher e Histórias em Quadrinhos pretende mostrar como o meio de quadrinhos é machista, muito mais do que as pessoas possam imaginar.

 Agora vamos puxar pela memória: Qual foi a  última vez que você viu ou ouviu uma mulher sendo lembrada em um prêmio de hq?

"Técnicamente elas não deixam nada a desejar a artista nenhum, que critérios são esses que fazem com que as mulheres não sejam escolhidas ou indicadas?" , é a pergunta da Editora do MinasNerds, que ainda ecooa sem resposta, mas já convida a todos para a reflexão.

Mulheres e  Quadrinhos é o livro que vai abalar a estrutura das casas brasileiras. Homens.. preparem-se!  O livro ainda nem saiu e já está dando aquela vontade de querer saber mais.

Saber por exemplo, que para a Editora Dani Marino, as Histórias em Quadrinhos - são sim -  machistas ! “Nos anos 30 e 40 tínhamos heroínas femininas na guerra, lutando contra nazistas e essas histórias -  seguindo uma cultura americana -  ganharam uma lente de romantismo sobre a situação. De batalhadora, a mulher passou a ser estimulada a  ficar em.casa para  receber o marido que voltava da guerra, explicou Dani” . Elas Viraram  Rainha... mas do lar.

Aos poucos, muito lentamente, aparecem mulheres querendo mudar esse jogo e isso -  graças a internet. Várias empresas estão se adaptando para receber as quadrinistas de HQ e vem surgindo a Miss Marvel, a Capitã Marvel escritas por mulheres.. mas isso não é fácil. Várias autoras já foram ameaçadas. A própria Editora Chefe, Gabriela Franco,  do Minas Nerds já chegou a ser atacada diversas vezes na internet, com ameaças e bullyins em grupos mistos da web.

Diante de tanta informação, polêmica e curiosidade.. só nos resta esperar o lançamento de Mulheres e  Quadrinhos. E você pode participar o colaborar no financiamento coletivo é só click nesse link

Por Daniela Rodrigues
gibitecaedmundorodrigues@gmail.com

terça-feira, 2 de abril de 2019

Vetillo - o desenhista de Spectreman,Chaves,Chapolin,Peninha e Urtigão é destaque na Memória HQ


Vetillo e Benjamin Peppe
Crédito Peppe
Nascido em São Paulo, Vetillo , é um dos Mestres da HQ nacional. Extremamente simpático, Eduardo parou de assistir um jogo de vôlei para atender a Gibiteca Edmundo Rodrigues. Ele está mais vivo do que nunca, e teve trabalho reeditado esse mês, pela Editora Criativa. Convidamos Eduardo Vetillo a fazer uma viagem no tempo entre o passado, presente e futuro. Foi uma viagem incrível, que parou logo de cara, no ano de 1956.

Eduardo Vetillo, um dos Grandes da HQ

Nesse tempo, Vetillo costumava passar as férias em Miguel Pereira, Região Serrana do Rio,  no sítio de um Tio. Ele se lembrou com ar saudoso, que ganhava do Tio revistinhas do Jerônimo - O Heroi do Sertão, desenhadas por Edmundo Rodrigues. Foi nessa época aliás, que Edmundo mais trabalhou. Para Eduardo Vetillo, Edmundo Rodrigues é uma das lendas do quadrinho e sabia muito bem o que fazia.






Eduardo Vetillo está garotão

Eduardo Vetillo, tem 77 anos e está em plena atividade com trabalho sendo reeditado pela Editora Criativa. Com talento forjado em  publicidade e pequenos Estúdios, atuou também em grandes Jornais e Editoras do país como a Edrel , Abril ,Vecchi, Bloch e Globo.

O trabalho na publicidade  não foi uma opção, na época em que começou, São Paulo não tinha muitas editoras. Era o começo de tudo.


Se você preferir poderá escutar o Áudio dessa matéria, que foi demais!

Ouça o Áudio1

Ouça o Áudio2




Os primeiros trabalhos que determinariam o brilhante futuro, começaram junto com a paixão pelo cinema. O menino Vetillo costumava  ir ao cinema do Bairro e assim que voltava para casa, corria para a mesa do Pai - que era alfaiate -  para tentar reproduzir no papel, toda a beleza que via dos telões. E nessa hora, uma das inspirações que buscava, era nos desenhos de Alex Raymond

O Tempo passou.. o menino cresceu e o talento foi se aperfeiçoando.

Em 1960, Eduardo Vetillo estreou com pé direito  na Editora Edrel  onde já trabalhavam grandes estrelas como Ignácio justo e o Júlio Shimamoto. E foi com o Roteiro de Carlito Cunha, que ele desenhou a primeira HQ, chamada Missão e que contava um episódio da Independência do Brasil. O ano era 1972.


A Missão abriu portas para Eduardo Vetillo, como as portas da Editora Abril.
Em 1974, ele chegava na Editora. Chegou como freela. O  começo foi difícil porque o estilo de desenho dele - dinâmico e com movimento - não fazia parte do estilo de publicações da casa.

Sem dúvida alguma a carreira dele é marcada pelo sucesso. Pai de inúmeros personagens como Urtigão e Peninha; chegou a ter estúdio próprio no bairro da Lapa, em São Paulo, e teve como assistente  Bira Dantas... que hoje é um dos grandes do cartoon nacional.

Vetillo - O Pai de Muitos personagens 

O desejo por um estúdio próprio, veio depois de Vetillo passar uma temporada em Nova Iorque, estudando desenho por quase 3 anos. No estúdio vieram os trabalhos para quadrinhos. Na época em que ele desenhava o Chaves e o Chapolim..  chegou a ter equipe com 12 profissionais. Muita gente, né?

Vetillo também emprestou os traços precisos para o Super Herói Japonês Spectreman. Publicado na década de 80, pelo Departamento Infanto Juvenil da Bloch Editores, a publicação tinha tiragem mensal de 85 mil exemplares. O número nos dias de hoje, levando em conta a atual tendência do mercado, parece surreal!!

Para  Ágata Desmond, Coordenadora da Gibiteca Edmundo Rodrigues, Eduardo Vetillo confidenciou que  a melhor história do personagem Japonês, foi  a de número 31, e que ela infelizmente não foi publicada. "Nessa época quase não havia muita promoção por conta da Bloch porque tudo era voltado para a  Tv Manchete. Até hoje recebo ligações  de fãs do Spectreman" falou Vetillo, que em breve, vai participar de 2 eventos sobre o personagem, em São Paulo.

Spectreman foi e continua sendo um baita sucesso. Nas décadas de 80 e 90, as HQs eram cultura de massa  e muitos ainda perguntam se :”O super herói voltará a ser publicado?”

O grande Mestre Eduardo Vetillo  também participou do projeto de Os Trapalhões, criado inicialmente pelo artista Edmundo Rodrigues e que a posterior, abriu a revista para que outros profissionais pudessem participar,  e terceirizou o projeto  para o estúdio Ely Barbosa.

Com uma carreira de sucesso e que serve de exemplo para jovens artistas, Eduardo Vetillo, se diz realizado e afirma que se possível... viveria tudo novamente.. mas  que dessa vez,  começaria pelas histórias em quadrinhos.

Por Daniela Rodrigues
gibitecaedmundorodrigues@gmail.com


segunda-feira, 1 de abril de 2019

Velta faz 46 anos e Emir Ribeiro é destaque no Memórias HQ


O grande mestre dos quadrinhos Emir Ribeiro nasceu Emir Lima Ribeiro, natural do João Pessoa, na Paraíba, e está prestes a completar 60 anos, agora este mês. Profissional de sucesso  já expôs em diversos Estados Brasileiros, como na Bienal Internacional dos Quadrinhos (no Rio) e tem renome no Exterior. Trabalhou para a TV Manchete, no Programa Documento Especial e  produziu para a Press Editorial, Graphipar e  Folha de São Paulo.

Emir Ribeiro
Foto Crédito Paraíba Criativa 
Artista gráfico!
 É assim que ele se define. Mas vamos atualizar isso? Você pode dizer Desenhista , Roteirista e Editor  - ou se preferir -  pode dizer que Emir Ribeiro é um Mestre do lápis; um profissional que transforma um traço, numa obra de arte.

Não deixe de escutar o áudio dessa matéria que a Coordenadora da Gibiteca Edmundo Rodrigues - Agata Desmond - fez com Emir Ribeiro.

Áudio 1

Áudio 2

Áudio 3

Áudio 4


A Velta nasceu num banco escolar



Emir Ribeiro começou a desenhar aos 5 anos de idade ,durante as aulas  no Colégio Estadual Jaguaribe, em João Pessoa. O amor pelos quadrinhos veio com a Avó. Toda vez que Emir a ajudava nas compras, ganhava uma HQ . Ele garante que tem até hoje, a primeira revista que ganhou. Os Super Heróis sempre foram uma paixão do artista. Ele gostava da história dos homens fortes , valentes e inteligentes que protagonizavam grandes aventuras, mas não gostava deles deixarem as mulheres de lado. .. em segundo plano. E foi assim, que criou a Heroína Velta.

Ele ainda era um menino quando  criou a loira fatal chamada Velta, inspirada numa desconhecida que certa vez,  viu na praia de Boa Viagem, no Recife  A personagem era para ser apenas um desenho, feito num quadro...mas, não é que está mocinha ganhou vida é virou HQ?

Meses depois, a loira seria estrela no Jornal do colégio. Foi a primeira vez, que Emir Ribeiro, trabalhou como Editor. Era março de 1973. João Pessoa nunca mais seria a mesma!

Velta era linda e jovem, era provocante em roupas, falas e ângulos. Para afrontar o Regime de Governo da época e os instrumentos de censura, ela  tinha apenas roupas mínimas no guarda roupa.. era uma exibicionista!! Emir Ribeiro revela que mesmo sendo um Jornal estudantil, todas a matérias tinham que  ser aprovadas por um grupo de professores, para só depois serem  publicadas. Eles eram uma  xerox dos censores.

Velta deu o Primeiro Emprego  para Emir.. e outros também

A vida pós Colégio, não poderia ser diferente.

Emir Ribeiro , em 1975 , foi parar no Jornal. Não em um.. mas em dois. Trabalhou nos jornais A União ( onde o pai foi linotipista) , em o  Norte (gerenciado por Deodato Borges, pai de Mike Deodato) e no Correio da Paraíba.

A idéia inicial era vender a Velta, mas ao invés disso acabou desenhando para o Jornal União, tiras com as aventuras da Loira .Um ano antes, Emir Ribeiro, tinha salvo o jornal.  O União  não tinha foto de partida importante do futebol local e ele entrou em ação. Fez ilustração retratando o momento do gol..

Tempos depois, à convite do Diretor Técnico do Jornal, fez a melhor dupla da vida dele. Trabalhou com o próprio pai. Ele e o seu Emilson Ribeiro, hoje com 84anos, criaram a história do Índio Tabira, personagem real do tempo da colonização da Paraíba. Foi um sucesso!

Índio Tabira
Em 1980, o artista começava no Correio da Paraíba à convite de Deodato Borges. Lá ele publicou  histórias da Velta , do Tabira e teve contato com Mike Deodato, que também participava do Correio, com a história O Ninja.

A partir daí, Emir não pararia mais.

A mente "startou" e além da Velta e do Tabira, Emir Ribeiro ainda criaria A Nova e o Desconhecido Homem de Preto. Profissional polivalente, chegou a editar as próprias  revistas e a vendê-las em bancas de jornal, como a série Desabafo. Esse era o sonho dele : ver as próprias revistas nas bancas.

Emir Ribeiro está preparando Biografia

Emir Ribeiro segue em plena atividade . Ele diz que na Paraíba, o mercado para quadrinhos não é muito forte. Não há grandes  editoras produzindo. E que o forte da Paraíba são os jornais. Para o artista, o quadrinho atual ficou mais elitizado e restrito.

E quem pensa que é só isso, se enganou.  Claro que falamos sobre os vingadores. Emir Ribeiro desenhou os vingadores e classifica essa com uma das boas fases do quadrinho, em que ganhou bastante dinheiro. Essa oportunidade veio através de Mike Deodato. Quer saber uma curiosidade? Emir  não foi aprovado logo de início. Os testes foram muito específicos.. mas ele insistiu, e acabou virando arte finalista. 

Se você é fã do trabalho de Emir Ribeiro, prepare-se! Ele está trabalhando na própria biografia, com mais de 200 páginas, e aguarda uma Editora para editar o livro. 

Por Daniela Rodrigues
gibitecaedmundorodrigues@gmail.com


sexta-feira, 29 de março de 2019

Sebastião Seabra, um Grande Mestre que é destaque na Memória HQ



Sebastião Seabra, um Grande Mestre da HQ

Sebastião Seabra
Foto Jornal da Cidade
Ele é um dos grandes do Quadrinho Nacional. Tem 61 anos, mora em São Paulo, e está em plena atividade! 

Profissional Premiado e admirado, foi homenageado com o Prêmio Ângelo Agostini  - na Categoria Desenhista , de 1987 . Em 2009, recebeu Prêmio Ângelo Agostini, como Mestre do Quadrinho Nacional .

Se você preferir.. pode escutar o depoimento emocionante que  Sebastião Seabra deu para Agata Desmond,  Cooordenadora da Gibiteca Edmundo Rodrigues, que fica no Rio de Janeiro. 



Em 4 arquivos de áudio feitos para a posteridade, ele falou sobre início da carreira, Golpe Militar de 64 e as dificuldades do mercado atual. É emocionante!!

Áudio 1

Áudio 2

Áudio 3

Áudio Final


Os primeiros traços.

Seabra morava num casarão no centro da cidade de Araraquara,interior de São Paulo,  e lembra-se vagamente que quando pequeno, costumava sempre fazer o mesmo desenho: os Beatles. E foi por influência do irmão mais velho, que já era leitor de Gibi, que o artista se encantou com essa arte. 

O primeiro contato com Histórias em Quadrinhos veio através de uma revistinha de Pato Donald´s, que o irmão mais velho lia. Embora fascinado com as cores e o traço, reconheceu que o desenho infantil, não era a praia dele. Preferia mais a linha de ação  e aventura , como Além da Imaginação e Jornada nas Estrelas. Um dia após o encontro com Donald, foi na Banca e comprou revistinha do Fantasma , da RGE,  e uma edição do Zorro, da Ebal. Esses foram os primeiros Gibis comprados por Sebastião Seabra.

Início da Carreira

Jornal Notícias Populares

Os personagens Chucrutz e Capitão Caatinga (feito em tiras para o Jornal Notícias Populares), marcaram a estréia dele no mundo profissional. O Capitão Caatinga foi  uma parceria com outro brilhante da HQ ,Franco Rosa. Isso foi em 1974, quando a assinatura dele era apenas Seabra. Tinha então, por volta de 15 anos.


Cinco anos após a estréia, Sebastião Seabra resolveu seguir outros passos. 

Com a censura e o governo de repressão perdendo força...o mercado se abriu. 
Era hora de aproveitar! 

Artista nunca pensou em trabalhar com desenho

Ele nunca pensou em trabalhar com desenho. Começou num jornal e foi chamado para escrever uma página de domingo sobre Quadrinhos, e logo, estava fazendo charges políticas. Assim foi por mais de 10 anos,  e para 3 jornais.

Seabra trabalhou nas principais editoras do país, como na Editora Brasil América – a Ebal, Grafipar, Editora Opera , Editora Bloch, e em diversas outras, sempre com grandes trabalhos. Na Ebal deu vida ao Zorro.

Fez desenhos sensuais e ilustrou uma infinidade de livros didáticos e infantis. E chegou a criar o próprio personagem, o super-herói Vingador Mascarado.

Na Bloch, Sebastião Seabra, conheceu e trabalhou com Edmundo Rodrigues, através do amigo, Wilson Fernandes. Seabra passaria a fazer historinhas curtas que fechavam a revista do Drácula. E tempos depois, passou a fazer revistinha da Múmia. O trabalho só não teve continuidade, porque a Bloch Fechou.

Sebastião Seabra já fez dupla com a esposa, que é professora de Português. Chegaram a fazer clássicos da Literatura em formato quadrinho; Ele desenhando e ela roteirizando.


Na atualidade

Atualmente, ele  continua em plena atividade profissional e brinda aos jovens talentos, com cursos de desenho que podem ser feitos on line. Uma grande oportunidade de aprender mais e melhor, com um grande mestre . Aliás, foi o pioneiro com revistas que ensinam a desenhar e que são vendidas em bancas de jornal, projeto que veio com o selo da Editora Escala.

Apesar do mercado de trabalho retraído, o profissional  segue produzindo diariamente.

Sebastião Seabra ainda não se diz realizado 


Ela fala isso, porque crê que o artista só cresce se tiver trabalho contínuo e possibilidade em  desenvolver o traço.

Vendendo quadrinhos on line há pelo menos 5 anos, o artista revela que o quadrinho nacional é o que mais vende, e que o leitor tem “fome” de HQ brasileira. Ele lamenta que Empresários de Cultura, não valorizem esse tipo de informação.

E para saber mais desse grande artista, a nossa Coordenadora Agata Desmond – conversou com o Mestre Sebastião Seabra, para o Quadro Memórias da HQ

Foi uma conversa emocionante que você não pode deixar de conferir. É só apertar  o play e escutar o áudio. 


Por Daniela Rodrigues
gibitecaedmundorodrigues@gmail.com


terça-feira, 26 de março de 2019

Waleska é a menina que mais lê na Gibiteca Edmundo Rodrigues

A Gibiteca Edmundo Rodrigues funciona de segunda a sexta-feira das 11 às 16horas.

Inúmeras são as revistinhas de Hq e livros sobre comics e mangás que fazem parte de seu acervo. E uma das alunas que mais lê, é a Waleska. 

A nossa Coordenadora, Ágata Désmond, conversou com ela e descobriu que "Litros de Lágrimas" foi a leitura que ela mais gostou. 


Vamos ouvir?

Sucesso da PerifaCon foi entender o que o público deseja.

> Entrevista com áudio


Sucesso da PerifaCon foi entender o que o público deseja.  

Foi um sucesso a Perifacon, realizada no último final de semana, no Capão Redondo, em São Paulo.O Evento, realizado pela primeira vez, reuniu pelo menos 4 mil pessoas, na Fábrica da Cultura. 

Contou com  venda de quadrinhos, exposição, concursos de Cosplay , seção de  jogos, debates e lançamento da Revista Na Quebrada, pela Editora Drako.

A primeira ComicCon da Favela  superou as expectativas de público e dos participantes. Quadrinistas e profissionais da área ficaram impactados com a resposta. Apesar do atraso na abertura  do portão, o público não arredou o pé; em alguns casos, não foram só os filhos que se deslocaram para a Perifacon, mas famílias inteiras

O prédio de 7 andares da Fábrica da Cultura, ficou lotado. Os organizadores esperavam que tivesse gente... mas não que reunisse 4 mil pessoas.  

De acordo  com Andressa Delgado, uma das organizadoras da PerifaCon, o evento que faz parte de projeto para a  democratização da cultura , mostrou que a periferia está desejosa em consumir conhecimento. Dentre as ilustres personalidades, a PerifaCon recebeu Marcelo DSalete, ganhador do Oscar dos Quadrinhos.  Mas isso, é claro que você já sabe.

Para saber do pós Perifacon, Agata Desmond – Coordenadora da Gibiteca Edmundo Rodrigues – conversou com Andressa Delgado, organizadora do evento.




Vamos ouvir?

sábado, 23 de março de 2019

Fanzine quarentão volta com força total em 2019. É o Fécum, que vai ter capa de Júlio Shimamoto


Quarentão com cara de novinho

2019 não vai terminar sem a volta do Fanzine Fécum, que é um clássico dos Fanzines. 
Ele começou a ser publicado em 1979, pelo desenhista Sérgio Júnior; Em pouco tempo, ganhou as máquinas de xérox de escolas tradicionais do Rio de Janeiro  e cresceu tanto, a ponto de chegar em terras portuguesas e a ter tirinhas publicadas em diversos outros Fanzines.


Sérgio Júnior hoje é homem feito. Mas na época desse boom, era apenas um  quase adolescente. Muito observador , começou a retratar no papel, os jovens magricelos e cabeludos que circulavam na noite do bairro de Maria da Graça, no subúrbio do Rio de Janeiro. Assim surgiu o Fécum – um roqueiro cabeludo que passava o dia inteiro fumando. Inicialmente ele não falava, mas aos poucos, foi se tornando falante. E o Fécum já fez o Sérgio Júnior levar bronca no colégio de Freiras em que estudava , e o pai dele, foi chamado na Escola.

Imaginem, só a confusão.

Em 2009, o Fécum deu uma parada. Tirou férias!  O personagem ficou congelado e voltará com a mesma idade, avançando no tempo. Mas aviso: continuará viciado em Grapette.

Mas esse ano, voltará a atividade. Já tem capa de Júlio Shimamoto, vai ter vídeo e Cd com 19 faixas musicais com as preferidas do Fécum . Sérgio Júnior já fez dança folclórica portuguesa, fanzine de poesia.. mas o Fécum foi o que veio para ficar .

E para saber todos os detalhes, Agata Désmond  - Coordenadora da Gibiteca Edmundo Rodrigues,  conversou com Sérgio Júnior, o Pai do Fécum.

 Em pauta: o  passado, presente e futuro, no Memória Hq.

A entrevista ficou tão boa que a dividimos em dois áudios.



quinta-feira, 21 de março de 2019

Memória Hq com Benjamin Peppe


Memória HQ

Anjos de Benjamin Peppe
A Gibiteca Edmundo Rodrigues deu início a um projeto bem bacana chamado Memória Hq , que visa gerar memórias de grandes artistas, desenhistas ou profissionais ligados ao desenho, editoras e todo o universo dos quadrinhos.

Iniciando o projeto, Agata Desmond - a Coordenadora da Gibiteca Edmundo Rodrigues, entrevistou Paulo Miguel dos Anjos, criador do Personagem Benjamin Peppe.

Personagem com lançamento independente, a HQ A Turma do Benjamin Peppe  conta com ilustres participações onde cada artista pôde interpretar o personagem com o seu próprio traço
Na  edição de número5 por exemplo,  participaram grandes feras como Bira Dantas, Rafael Grasel, Oma Vinole, Julio Shimamoto, Luke Oliver, William Rafael Pairaizo.

A Turma do Benjamim Peppe foi criada no final da decada de 70 inspirada nos colegas de escola de Paulo Miguel dos Anjos . O artista que assina apenas Anjos, conta que o personagem foi criado para o jornal da escola e retratava as aventuras normais de jovens, na época influenciados sob a cultura hippie. Com o passar do tempo, Benjamin Peppe  foi se modernizando  e ganhou carros, motos, jet ski, celular , computador e internet nas suas histórias.




Mas ninguém melhor que Anjos para falar sobre o personagem, processo de criação e vida.Aliás, você sabia que Paulo Miguel queria seguir os passos de Picasso?

 Vamos ao áudio


Com vocês, Agata Desmond e Benjamin Peppe

sábado, 16 de março de 2019

Mercado de Games no Rio está criando Cyberatletas

Estão chegando os  Cyberatletas

O mercado mundial de games Brasil  não pára de crescer e no Rio de Janeiro, não é diferente. Tanto sucesso , tanto público esperando para consumir novos jogos e produtos ligados a esse tipo de tecnologia, fez com que definitivamente, o vídeo game deixasse de ser um entretenimento infantil para ser encarado como coisa séria , e principalmente, como fonte de renda para toda a família. De acordo com matéria publicada, em julho de 2018, pelo Jornal Estado de Minas “em 2017,o país contava com cerca de 66,3 milhões de jogadores e os negócios nessa área movimentaram algo em torno de US$ 1,3 bilhão."